Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém, a 65 km ao
norte de Lisboa. Euvira, casada com Pero Moniz, sofrendo com a
infidelidade do marido, decidiu consultar uma bruxa judia que morava
perto da igreja da Graça. Esta prometeu-lhe resolver o problema se
como pagamento recebesse uma Hóstia Consagrada.
Para obtê-la, a mulher fingiu-se de doente e enganou o padre da
igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de
semana. Ela recebeu a Hóstia, colocou-a nas dobras do seu véu. De
imediato esta [Hóstia] começou a sangrar. Assustada, a mulher correu
para casa na Rua das Esteiras, perto da igreja e escondeu o véu e a
Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos lavados.
À noite o casal foi acordado com uma visão espetacular de anjos em
adoração à sagrada Hóstia sangrando. O casal, arrependido e
convertido, de madrugada, chamou o pároco e, acompanhados de
inúmeros clérigos e leigos, levaram a Hóstia de volta para a igreja
de S. Estevão, onde continuou a sangrar durante três dias.
Enfim, a sagrada Comunhão foi depositada em um relicário, feito de
cera de abelhas derretida, onde permaneceu num cálice até 1340,
quando se afirma ter havido um outro milagre – foi descoberto que
ficou encerrada numa âmbula de cristal. As manchas cristalizadas de
Sangue se solidificaram na cera e constituíram-se nas Relíquias do
Preciosíssimo Sangue, como se pode ver ainda hoje, intactas. Próximo
da Igreja está a Ermida (casa do casal).
Várias investigações eclesiásticas foram feitas durante 750
anos. As realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5
de abril de 1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, Bispo
de Santarém, a igreja de S. Estevão, onde está a relíquia, foi
elevada a Santuário Eucarístico do Santíssimo Sangue.
fonte: Prof. Felipe Aquino